O varejo de moda masculina esperava a ajuda do Dia dos Pais para elevar as vendas da coleção de inverno, mas o calor do fim de semana prejudicou a demanda por peças mais caras, como casacos, segundo Tito Bessa Júnior, presidente da Ablos (associação de lojas satélites de shoppings).

O empresário, que também é fundador da TNG, calcula que, neste ano, as vendas da rede tenham ficado 15% abaixo de 2018. A marca Khelf vendeu 18% menos, segundo o dono, Fernando Kherlakian.

Não adianta pensar em promoção para animar as vendas, afirma Bessa. "Tem limite. Não dá para querer baixar preço. Chega um momento em que nem de graça funciona", diz o empresário.

A solução pode ser voltar com a mercadoria para o estoque para vender no próximo inverno, aproveitando que a moda masculina varia menos do que os modelos femininos, segundo Bessa. 

No comércio de rua, a data também desapontou. Para Nelson Tranquez Junior, presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas do Bom Retiro, só resta aguardar algum efeito positivo que a reforma da Previdência possa trazer.

Embora os indicadores de consumo estejam mais altos do que em 2018, o patamar é muito inferior ao que se percebia no início do ano, observa Guilherme Dietze, assessor econômico da FecomercioSP. Não havia, portanto, motivos para esperar um Dia dos Pais surpreendente.