Se alguma coisa boa pode ser dita do período de crise econômica no País é que ele levou as famílias a administrarem melhor seus próprios gastos. Pelo menos 79% dos brasileiros reviram e mudaram hábitos de consumo diante do cenário desfavorável da economia, segundo estudo da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com o Banco Central.
  
Foi o caso da trabalhadora autônoma Luciane Santos, 41. “Procuro economizar o máximo que posso. Se tenho que investir mais em educação, gasto menos com material escolar, por exemplo”, revelou. Para enxugar as despesas, chegou até a trocar todos os equipamentos que utilizava para fazer os lanches que vende. “Tudo para poupar energia”. Luciane faz parte dos 54% dos brasileiros que, nos últimos anos, buscaram reduzir o consumo de luz, água e telefone para caber no orçamento. 

A pesquisa de preços foi outra prática que caiu no hábito do consumidor. Segundo a pesquisa, 59% dos entrevistados revelam fazer uso do recurso. Outros 68% trocaram produtos por outros de marca mais em conta e 67% atentam para promoções. O controle das despesas pessoais foi citado por 55%, enquanto 56% reduziram gastos com lazer.

Alinhado com essa tendência, o supervisor de marketing Paulo Cedícias, 28, passou a evitar idas a shows e cinemas. “Em um momento de crise, a gente precisa definir o que realmente é essencial e fundamental. A gente acaba enxugando algumas receitas, e aquilo considera como supérfluo se torna como segundo plano. Ficamos naquele momento de retenção de gastos e de suprir o que seja necessidade básica”, resumiu.