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Crise dos caminhoneiros ensinou a importância da logística

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Quando os caminhoneiros pararam, em maio, supermercados do país se esvaziaram em menos de duas semanas. Explica-se: os estoques, hoje, são mantidos em níveis baixos, para reduzir custos e aumentar a eficiência.

Para evitar que isso aconteça, seria melhor repensar os estoques? Segundo especialistas, não é bem assim.

Mas episódios de crise, como esse, exigem atenção à estratégia logística, para que não haja desabastecimento e atrasos.

Qualquer mudança deve ser bem pensada. Se, por um lado, reduzir estoques sem planejamento pode resultar em desabastecimento e perda de vendas, por outro, mantê-los em patamar elevado pode corroer a lucratividade da empresa pelos altos custos de armazenagem, diz Leonardo Marques, professor de logística da escola de negócios da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Qualquer companhia deve ter estoque para atender aos pedidos, ter controle das mercadorias em trânsito e informações corretas para dar ao cliente, segundo Heráclito Ribas, sócio da Altrio Consulting e ex-diretor de logística da Johnson & Johnson.

“Se qualquer uma dessas atividades for displicente, incorreta ou imprecisa, o processo logístico vai frustrar o objetivo do negócio”, diz Ribas.

Para dar conta do aumento das vendas de sua papelaria em Brasília, a Dot Paper, sem aumentar os custos com a parte logística, a empresária Fabiani Christine optou por fazer parcerias com fornecedores de confiança, que entregam no prazo e têm boas opções de pagamento.

“Tínhamos um estoquista. Para cortar gastos, o estoque hoje é gerenciado de acordo com as necessidades de produção e cuidado pelas vendedoras responsáveis pelo setor”, diz Fabiani.

Ela também trocou os carros particulares da empresa por motoboys terceirizados para fazer entregas.

Com a abertura do atendimento via WhatsApp, que elevou as vendas em 60% dois anos atrás, seu maior público passou a ser de São Paulo. A saída foi aderir ao uso de Sedex e PAC, via Correios, e cobrar o frete, já que os custos com transportadora eram muito altos. 

Terceirizar ou até quarteirizar (contratar uma empresa gestora para a subcontratação de prestadores de serviços logísticos) é uma estratégia possível para quem quer eficiência, diz Ribas.

Ao optar pela contratação de um parceiro, é preciso observar se ele investe em tecnologia, aponta o economista Osmar Vinci, pós-graduado em logística empresarial. 

Há hoje ferramentas que fornecem informações de trânsito em tempo real, mostram a posição dos veículos que levam os produtos, o número de entregas restantes e o consumo de combustível. “Isso melhora a produtividade, cria mais segurança para o negócio, reduz o custo do frete, além de fidelizar o cliente.”

No caso da estocagem, é preciso que o serviço terceirizado ofereça o melhor layout, localização privilegiada, possibilidade de crescimento do espaço de forma rápida e equipe especializada, que opere com tecnologia de ponta.

Recorrer a uma consultoria foi a estratégia da Kacyumara, empresa de cama, mesa e decoração. Hoje, a marca trabalha com estoque para a pronta entrega, usando uma ferramenta de reposição automática dos produtos desenvolvida por eles.

“Aumentamos nossa capacidade produtiva, minimizamos defeitos, reduzimos os custos e retrabalho dentro da produção, aumentando a capacidade produtiva em 25% com menos pessoas”, diz Júnior Almeida, gerente comercial e de marketing.

Também implementaram um sistema de localização e gerenciamento de estoques, que reduziu os custos operacionais em 30% e acabou com atrasos no recebimento de produtos.

Mudanças nesses processos costumam ter impacto financeiro em empresas de qualquer tamanho. Segundo Leonardo Marques, o custo logístico representa até 25% do total do produto. “Qualquer redução nesse custo melhora o lucro de forma direta.”

Revisar processos logísticos deve ser tarefa constante, diz Hernani Roscito, consultor especializado em projetos de suply chain. 

“Empresas que reestruturaram ou que estão passando por um processo de readequação da sua logística estão conseguindo avançar mais rapidamente em termos mercadológicos, promovendo ganhos financeiros reais aos seus negócios”, afirma.

Fonte: Folha de S.Paulo
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